O Dia Nacional das Artes, celebrado em 12 de agosto, é uma ocasião que nos convida a refletir sobre a importância da arte em nossas vidas e a reconhecer os talentos que surgem em diferentes regiões do Brasil.
Neste ano, convidamos Daniela Falcão, do hub Nordestesse, para destacar 12 artistas visuais nordestinos que estão conquistando espaço no cenário nacional, muitos deles vindos de comunidades periféricas e interioranas. Suas obras são um reflexo das vivências, das lutas e das belezas do Nordeste, traduzidas em formas e cores que emocionam e provocam. Confira:
Gê Viana (MA)
Nascida em Santa Luzia, Gê Viana tem suas raízes no povo indígena Anapuru Muypura e usa sua arte para questionar e ressignificar a representação de negros e indígenas na história do Brasil. Suas colagens e fotomontagens, como na série “Atualizações Traumáticas de Debret”, invertem os papéis dos protagonistas nas obras de artistas europeus, oferecendo uma nova perspectiva sobre a narrativa colonial.
Jeff Alan (PE)
Jeff Alan, natural do Barro, periferia de Recife, é um artista daltônico que encontrou nas cores e na tinta a óleo uma nova forma de expressão durante a pandemia. Inicialmente conhecido por seus murais em P&B inspirados na xilografia, Jeff agora retrata em suas telas vibrantes a força e a beleza de homens, mulheres e crianças negras, trazendo à tona as nuances da vida na periferia.
Roxinha Lisboa (AL)
De cortadora de cana e gari a artista, Roxinha Lisboa começou a pintar aos 59 anos, retratando cenas do cotidiano sertanejo em cadernos, tampas de marmita e nas paredes de casa. Seu talento chamou a atenção de estudiosos da arte popular, e hoje, aos 66, ela celebra sua trajetória com a mostra “Roxinha: uma vida de novela”, repleta de referências à TV e ao humor nordestino.
Jamex (BA)
Autodidata e prodígio, Jamex foi convidado aos 22 anos para expor no MAM-BA, onde apresentou sua primeira mostra individual. Com um estilo que flerta com o expressionismo, Jamex aborda temas como a violência policial e as dificuldades enfrentadas pelo povo negro na busca por espaços de destaque.
Tereza Dequinta (CE)
Com duas décadas de experiência nas artes visuais, Tereza Dequinta é conhecida por sua participação no Acidum Project, junto com seu marido. Suas obras, marcadas por figuras femininas e elementos do cotidiano, já coloriram muros e galerias na Europa, sempre levando consigo a essência da periferia de Fortaleza.
Jabuh (PI)
Rafael Albuquerque, ou Jabuti, é uma das promessas das artes visuais no Piauí. Seus personagens fantásticos, que lembram o estilo do Studio Ghibli, são inspirados na cultura do Norte e Nordeste, e suas telas combinam técnicas mistas que prendem o olhar.
DL (SE)
Conhecido como o Banksy do Nordeste, Diego Leão, o DL, mantém sua identidade em segredo enquanto colore os muros de Barra dos Coqueiros, em Sergipe. Seus grafites, fluídos como aquarela, retratam desde personagens periféricos até as paisagens naturais do estado.
Ludimila Lima (BA)
Ludimila Lima, engenheira de pesca do Recôncavo Baiano, encontrou na aquarela uma forma de resgatar as memórias de infância durante a pandemia. Suas obras são um tributo às tradições afro-brasileiras e às festas populares do interior da Bahia.
Jota Zer0ff (PE)
Julio Cesar, conhecido como Jota Zer0ff, encontrou na arte urbana o caminho para expressar sua paixão por animações e pela cultura pernambucana. Suas obras pop retratam figuras icônicas como o Caboclo Escarlate, do Maracatu Rural, em cores vibrantes e traços marcantes.
Ariell Guerra (RN)
Ariell Guerra, que trocou a arquitetura pelas artes visuais, cria personagens sem rosto em telas de cores vivas, retratando um Rio Grande do Norte otimista. Sua série “Valha-me” é um destaque, trazendo figuras religiosas do imaginário nordestino.
Lola Pinto (PB)
Lola Pinto, muralista e pintora que vive em João Pessoa, faz arte em diferentes suportes, sempre inspirada pelos tons do mar, das falésias e da arquitetura local. Suas obras são um reflexo das belezas naturais e urbanas de sua cidade adotiva.
Cacimba (PB)
Marcos Felipe, ou Cacimba, é um artista paraibano que retrata em suas obras o cotidiano das pequenas cidades do interior. Sua arte, que já o levou a abandonar o curso de Publicidade e Propaganda, destaca a simplicidade e a beleza da vida no sertão.