Inaugurado no sábado, dia 12, o V&A Museum apresenta a primeira grande exposição do Reino Unido em quase 30 anos dedicada às joias e relógios Cartier. Neste contexto, a mostra explora como a Maison se tornou uma força incomparável no mundo da joalheria e relojoaria.
Com efeito, mais de 350 objetos compõem a exposição, que traça a evolução do legado de arte, design e artesanato da Maison desde a virada do século XX. Naquele período, os três netos do fundador Louis-François se propuseram a criar a primeira joalheria reconhecida globalmente, estabelecendo filiais em Paris, Londres e Nova York.
Desde então, a Cartier se destacou por sua prestigiada clientela, composta por membros da realeza e da aristocracia. Por esse motivo, ganhou o título de “joalheria dos reis e rainha das joalherias”. Com o passar do tempo, a Maison expandiu seu prestígio ao conquistar também nomes influentes do cinema, da música e da moda.

Tesouros Reais e Ícones do Design
Consequentemente, sua reputação se consolidou ainda mais no cenário internacional. Ademais, a exposição reúne joias preciosas, objetos espetaculares, pedras históricas, relógios icônicos das coleções V&A e Cartier, além de desenhos inéditos dos arquivos de ambas as instituições. Além disso, estarão em exibição obras emprestadas por Sua Majestade, o Rei, da Coleção Real, por grandes museus do Reino Unido e do exterior, bem como por colecionadores particulares.
O arquiteto e artista britânico Asif Khan MBE lidera o design da exposição, dando continuidade à tradição de colaborações marcantes em que artistas moldam a cenografia da Cartier.
Os destaques da mostra incluem o broche de diamante Williamson, encomendado pela Rainha Elizabeth II em 1953. Ele apresenta o raro diamante rosa Williamson de 23,6 quilates. Além disso, a Tiara Scroll, encomendada em 1902, foi usada por Elizabeth II em sua coroação. Curiosamente, Rihanna também a usou na capa da revista W em 2016. Outro item marcante é o broche de clipe de rosa, de 1938, usado pela Princesa Margaret na coroação de sua irmã. Também chama atenção o anel de noivado de Grace Kelly, de 1956.

Ícones Imortais e Joias de Legado
A peça integra a Coleção do Palácio Principesco de Mônaco e aparece no filme Alta Sociedade. Ainda, há um broche de ametista e safira feito pela Cartier London por volta de 1933. A peça foi usada por Nelly, esposa de Jacques Cartier. Outro destaque é o colar de cobra da estrela de cinema mexicana María Félix, criado em 1968. A peça é considerada excepcional. Por sua vez, a majestosa Tiara de Manchester, feita em 1903 para a Duquesa Viúva de Manchester, integra a coleção do V&A.
Ademais, há uma coleção impressionante de joias com o símbolo da pantera, um dos ícones mais reconhecíveis da Maison. Entre elas, destaca-se uma pulseira de diamantes pavé salpicados de ônix, datada de 1978. Por fim, a seleção de relógios Cartier reflete sua abordagem inovadora à relojoaria. Entre eles está o famoso modelo Crash, criado em 1967 pela Cartier London.
As curadoras da exposição, Helen Molesworth e Rachel Garrahan, afirmam:
“A Cartier é uma das mais famosas casas de joalheria do mundo. Esta exposição explora como Louis, Pierre e Jacques Cartier, juntamente com seu pai, Alfred, adotaram uma estratégia de design original, artesanato excepcional e expansão internacional que transformou a joalheria da família parisiense em um nome familiar. Com sua coleção de joias de classe mundial, o V&A é o palco perfeito para celebrar as conquistas pioneiras da Cartier e sua capacidade transformadora de permanecer no centro da cultura e da criatividade por mais de um século. Estamos entusiasmados em poder compartilhar com os visitantes algumas das criações mais famosas da Cartier, bem como revelar objetos inéditos e material de arquivo que enriquecem ainda mais nossa compreensão de uma casa de joalheria que continua a influenciar a maneira como nós adornamos hoje.”

Cenografia Onírica e Narrativa em Três Atos
O designer da exposição, Asif Khan, disse:
“Eu queria que nossa colaboração fosse uma paisagem de sonho onde a arte e a ciência convergem, com as peças da Cartier suspensas na luz, no tempo e no som, permitindo que a história respire e o futuro permaneça.”
Dividida em três seções principais, a exposição explora a criatividade da Cartier e o surgimento de seu estilo característico, o legado de sua engenhosidade técnica e artesanato, bem como sua abordagem sofisticada à criação de imagens e à manutenção de seu legado e relevância em um mundo em transformação. A exposição lançará luz sobre a história da Cartier London e culminará em uma espetacular exibição de tiaras.

Fotos: Divulgação