Baiano e roteirista da TV Globo, Dimas Novais falou sobre representatividade nas mídias globais em evento da ONU

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O jornalista e roteirista baiano Dimas Novais foi convidado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para participar do Fórum de Minorias Sociais do Alto Comissariado pelos Direitos Humanos, realizado na sede da entidade em Genebra, na Suíça. O evento ocorreu entre os dias 27 de novembro e 1º de dezembro e abordou temas relacionados à representatividade de grupos sociais minorizados em quatro áreas principais: espaços públicos, educação, mídia, e artes e cultura.

“Recebi o convite após o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) entrar em contato com a ONU Brasil, que recomendou meu nome. Eles conheciam trabalhos meus, como o Festival Negritudes, e minha atuação em projetos antirracistas. Após conversas com a equipe de Genebra, fui convidado oficialmente para participar”, relembra Dimas, que há mais de uma década atua como roteirista da TV Globo.

Durante o evento, cada painel contou com cerca de três palestrantes. Dimas participou do debate sobre representatividade nas mídias globais, realizado na sexta-feira (29), em um auditório com capacidade para 500 espectadores de diferentes países. Ao lado de palestrantes de Hong Kong e Turquia, ele compartilhou suas experiências nas mídias brasileiras. “Apresentei um panorama sobre a representatividade da população negra no Brasil e sobre as iniciativas que vêm promovendo avanços significativos nessa área”, contou.

Entre os pontos abordados por Dimas, destacaram-se práticas positivas para a quebra de estereótipos e o avanço das pautas de diversidade. “Falei sobre como o Festival Negritudes, criado de forma modesta, cresceu e ganhou relevância. Também discuti os espaços que as narrativas negras têm conquistado no país, trazendo maior visibilidade para histórias que precisam ser contadas”, relatou o baiano, que atualmente vive no Rio de Janeiro.

Para ele, a troca de experiências foi um dos aspectos mais enriquecedores do evento. “Acredito que todos têm algo a ensinar e a aprender. O que falta muitas vezes é estarmos dispostos a ouvir atentamente. Muitas pessoas só precisam de uma oportunidade para mostrar o quanto podem contribuir”, afirmou.

Sobre a experiência de sair da Bahia para discursar em um evento internacional da ONU, Dimas destacou a importância desse marco em sua trajetória. “Foi uma honra poder contribuir, agora em escala global, com discussões sobre como construir um mundo menos desigual. Ser do Nordeste me dá uma perspectiva única sobre as culturas negras que moldaram o Brasil e sobre a resistência que têm demonstrado ao longo do tempo. Carrego comigo a riqueza cultural do nosso povo, além da capacidade de transformar dores em motor de mudanças”, concluiu.

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