Representando o Centro-Oeste, galeria com sede em Goiânia e Brasília apresenta na feira paulista o trabalho de Moacir Soares, em exposição curada por Divino Sobral
Entre os dias 28 de agosto e 1º de setembro, a Cerrado Galeria participará da terceira edição da SP-Arte Rotas Brasileiras, que vai acontecer na capital de São Paulo. Com filiais em Goiânia e Brasília, a galeria levará para a renomada feira o trabalho de Moacir Soares, artista goiano de origem quilombola. A mostra é intitulada “Moacir Soares de Faria – incomum e metamórfico” e tem curadoria assinada por Divino Sobral, diretor artístico da Cerrado Galeria.
Na exposição, será apresentado ao público um conjunto de 50 desenhos feitos em giz de cera sobre papel e em diferentes formatos, realizados por Moacir entre o final da década de 1980 e o começo da década seguinte. De acordo com Divino, a escolha de Moacir para representar a Cerrado na Rotas Brasileiras se deu em função da consonância de sua história de vida e suas obras com a própria vocação da feira.
“A Rotas Brasileiras tem como objetivo traçar uma nova cartografia capaz de mostrar a arte produzida no Brasil profundo. Moacir é um artista com várias décadas de produção, autor de uma obra grandiosa que aguarda por maior institucionalização, apesar de já ter exibido seu trabalho no Museu de Arte de São Paulo (MASP) ao lado de artistas mundialmente conhecidos, como Pablo Picasso”, explica.
Artista incomum
O diretor artístico reafirma que a decisão de levar uma mostra individual para o evento, em detrimento de uma coletiva, se dá pela singularidade do trabalho de Moacir, cuja “rica obra merece ser apreciada em seu conjunto, que é potente e complexo”. O artista vive, atualmente, em certo isolamento na Chapada dos Veadeiros e Divino Sobral garante que a preservação desse estado é importante para a obra de Moacir.
“Não há nada semelhante ao trabalho de Moacir. Sua história de vida é fantástica: um homem de origem quilombola, com graves problemas de saúde mental, que foi garimpeiro de quartzo e se transformou em artista. Ele viveu trajado por um cobertor durante décadas e passou a desenhar figuras iluminadas em plena noite escura. Ele é criador de um imaginário desconcertante que mescla sagrado e profano, sexo e violência, humano e animal. Sua importância é enorme”, revela o curador.
Imersão num Brasil profundo
A Rotas Brasileiras integra o calendário das grandes feiras e é um braço da SP-Arte, a mais importante feira do país, com 20 anos de realizações. Neste ano, serão mais de 250 artistas expostos, entre emergentes e consagrados, com 67 expositores de 14 estados – uma verdadeira imersão cultural no Brasil. Uma das principais novidades da edição de 2024 é a direção artística de Rodrigo Moura, curador, editor e crítico de arte que atua como curador-chefe no Museo del Barrio, em Nova York, desde 2019.
Diante da grandiosidade do evento, a Cerrado Galeria mantém seu compromisso com a expansão da produção de artistas do Centro-Oeste. “Com a significativa expansão com o espaço Cerrado Cultural em Brasília e com a apresentação do estande solo de Moacir na Rotas Brasileiras, a Cerrado Galeria mostra tanto sua ação no espaço moderno e contemporâneo da metrópole quanto seu processo aprofundado de pesquisa e mergulho no Brasil profundo”, reitera Divino.
A SP-Arte Rotas Brasileiras começará com uma estreia para convidados no dia 28 de agosto e estará aberta ao público em geral a partir do dia 29, com uma intensa programação que envolve exposições, mesas-redondas e rodadas de conversa focadas em pesquisas e trajetórias de artistas. Entre os dias 29 e 31 de agosto (quinta-feira a sábado), a feira funcionará das 12 às 20 horas. Já no dia 1º de setembro (domingo), será entre 12 e 19 horas. Ingressos e mais informações podem ser encontrados no site www.bilheteria.sp-arte.com.