Ao invés de usar gordura hidrogenada, substância que a OMS quer eliminar dos alimentos até o final deste ano por trazer malefícios à saúde, ela optou pela gordura extraída do fruto do dendezeiro é mais saudável, rica em vitaminas, e que não muda o sabor do sorvete. Novidade é da gelateria Di Maria, que chegou a Goiânia

A ingestão de gordura está associada ao ganho de peso e às doenças cardiovasculares. Neste ano, inclusive, vence o prazo que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu, em 2018, para a eliminação global da produção industrial da gordura hidrogenada (ou trans) para uso em alimentos. De acordo com o relatório  divulgado pelo órgão na segunda, 23 de janeiro, 43 países já implementaram medidas para a eliminação da substância, inclusive o Brasil. Porém, cinco bilhões de pessoas em todo o mundo ainda permanecem desprotegidas contra essa substância, que aumenta o risco de doenças cardíacas e morte sendo, por isso, um problema de saúde pública. 

Em Goiânia, uma confeiteira desenvolveu uma solução saudável para substituir a gordura hidrogenada em suas receitas de sorvete: o óleo de palma.Também chamado de azeite de dendê, que é extraído do fruto do dendezeiro, ele é considerado uma gordura saudável, rica em vitamina A, E, antioxidantes, e propriedades que podem ajudar a melhorar a saúde física e mental. 

“Depois de pesquisar e ver os perigos que a gordura hidrogenada causa à nossa saúde, eu resolvi buscar uma alternativa. Foi aí que encontrei o óleo de palma, que além de ser um produto natural, não causa danos a saúde”, explica ela, que fundou a gelateria Di Maria com a receita autoral, que também não leva nenhum conservante.

A substituição, na avaliação da dona Conceição, surgiu quando ela começou a desenvolver as primeiras receitas, há quatro anos, e ficou melhor que a encomenda. Além de ser uma alternativa saudável, ela conta que o sorvete com óleo de palma também o deixa mais leve e saboroso. “Se você observar, vai perceber que o sorvete feito com gordura trans, tem gosto de remédio, sem falar que, após consumir, você fica empanzinada, com aquela sensação de cheia o tempo todo. Já o óleo de palma não tem sabor, ele só dá consistência no sorvete. Você pode comer um pote inteiro, que não vai sentir nada”, disse. 

Dona Conceição, que há 10 anos se dedica à confeitaria, há quatro anos fundou uma sorveteria no Estado do Mato Grosso, onde morava, com a receita mais saudável. De mudança para Goiânia, ela trouxe também o negócio, que se tornou uma grande paixão. Em sua cozinha, ela se diverte em criar misturas e sabores, que já estão conquistando o goiano desde que chegaram aqui, no final de 2022. “É prazeroso entregar um alimento saudável, que a pessoa pode saborear sem riscos para sua saúde. Faço isso com amor”, diz.

Mais propriedades

O óleo de palma também inclui em sua composição os ácidos graxos – essenciais para o funcionamento das células (responsáveis pela produção de energia, o transporte de gorduras do fígado para os tecidos do corpo), além de ômega 6 e 9, com propriedades anti-inflamatórias e a controlar o colesterol, respectivamente. Seu uso vem crescendo no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira de Produtores de Óleo de Palma (ABRAPALMA), cerca de 80% da produção de óleo de palma, no Brasil é destinada à indústria alimentícia, como matéria-prima para produtos de grande consumo, como biscoitos, bebidas lácteas, temperos e sorvetes. 

Glossário: a gordura hidrogenada, ou gordura trans, se refere à gordura transformada a partir dos óleos vegetais por um processo de hidrogenação em condições de alta pressão e temperatura e durante bastante tempo, tornando-os gordura.