Por Rimene Amaral
Empresas passam a cumprir práticas ambientais sustentáveis, melhoram a qualidade de vida e transformam o ambiente além de seus muros.
As duas primeiras décadas do século XXI trouxeram transformações importantes ao planeta. As mudanças tecnológicas e ambientais foram grandes. Houve perdas e os prejuízos das transformações no clima da Terra não são ficção de ambientalistas alarmados. São reais! E, diante desse cenário, empresas sérias e consolidadas no mercado passaram a se destacar entre as que se desenvolvem levando em consideração a evolução tecnológica e a busca de uma harmonia sustentável para um crescimento acertado. Meio ambiente é assunto sério e exige ações. São atitudes rígidas, mas que garantem os resultados certos com retorno lucrativo para as empresas e para o ecossistema.
As práticas sustentáveis contribuem para a preservação do planeta e auxiliam na melhoria da qualidade de vida das pessoas. Não à toa, que essas empresas têm atuado primando por uma visão ambiental de vanguarda. Algumas antes mesmo de meio ambiente passar a ser discussão mundial. Há empresas que fazem questão de fazer tudo de acordo com as boas práticas ambientais que elevam a qualidade. “Fazemos isso cuidando para cumprir todos os processos, da gestão ao resultado, com o significado de qualidade”, conta Luiz Mauro de Castro Santana Alvarenga, Diretor Comercial da Águia Diesel, empresa com atuação no setor automotivo, especializada em sistemas de injeção a diesel. Ele reafirma a crença da empresa no aprimoramento de tecnologias e serviços e que o uso de produtos ecossustentáveis são essenciais. “Tudo isso reflete positivamente em nossas ações e no atendimento ao cliente”, resume.
Para solidificar essa visão, a empresa tem investido constantemente em fontes de energias renováveis, como robustas estruturas de placas fotovoltaicas de última geração que auxiliam na captação de energia limpa, buscando cada vez mais sustentabilidade nas ações e processos. Isso traz uma melhoria contínua por meio da qualidade, da inovação tecnológica e da responsabilidade. “Em 2020, ampliamos nossas instalações com foco na sustentabilidade. Essa política de investimentos e modernização contínua permitiu planejar o bom uso da tecnologia em prol da manutenção do bem comum”, esclarece Luiz Mauro.
A empresa tem uma política de conscientização em que são enfatizadas as práticas de reutilização de papéis, do uso de garrafas de água individuais por toda a equipe, visando à redução de copos descartáveis, além da separação dos resíduos que podem ser reutilizados, como papelão e embalagens plásticas. Na gestão de resíduos, foi preciso investir na estrutura física, com a drenagem nos pátios de veículos, fazendo com que o óleo gerado na operação seja canalizado para um recipiente, evitando que seja despejado no esgoto comum, poluindo os rios. O óleo armazenado nessa caixa coletora é repassado a empresas tratadoras homologadas que transformam esse óleo em subprodutos, como graxa, sabão, etc.
Assim como a conscientização da reutilização e troca sustentável, a empresa também alerta sobre o desperdício de papel, com uso de torneiras com temporizadores e lâmpadas de led – com baixo consumo de energia – que dispõem de sensores para evitar o desperdício de energia. A implementação de células fotovoltaicas, além de reduzir em média 80% do valor da conta de energia elétrica da empresa, repassa energia limpa, captada pela luz solar, para as empresas geradoras de energia e, assim, é redistribuída. São mudanças sutis que começam a fazer a diferença numa difícil conquista para a melhoria do meio ambiente.
Iniciativa de escola promove a reciclagem de resíduos têxteis e a solidariedade
Num caminho bem diferente, mas com a mesma consciência ambiental, a Escola Interamérica de Goiânia é outra empresa que prima pelas mesmas boas práticas. E melhor: a iniciativa virou atividade curricular dentro da matéria de Empreendedorismo, com vertente social que é ensinada na instituição. Desde o início do ano, a escola passou a trabalhar com a temática dos resíduos sólidos. “Inicialmente devemos diferenciar lixo, que é o que vai para o aterro sanitário, do resíduo, que pode ser reaproveitado de alguma forma”, explica o professor Ferdinand Tokarski.
Em 2019, o Brasil produziu 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe). Dados do Sebrae mostram que, anualmente, cerca de 170 mil toneladas do lixo brasileiro são de produtos têxteis: sobras e descartes de tecido. No processo de produção das peças, os tecidos sobram e se perdem com facilidade – em uma camiseta de algodão, por exemplo, estima-se que a perda seja de 50%. A Abrelpe também aponta que, sem a erradicação dos lixões e a reciclagem dos resíduos consolidada, o Brasil deixa de ganhar R$ 14 bilhões por ano com a geração de empregos no ramo. De todo o lixo produzido no Brasil, cerca de 40% é descartado incorretamente. Em 2014, o Sebrae revelou que 80% dos resíduos têxteis do Brasil vão parar nos lixões ou são incinerados, enquanto apenas 20% são reciclados.
Ciente de que essa preocupação é de todos e do papel da escola no desenvolvimento de boas práticas ambientais, a escola criou um projeto norteador “Unindo duas pontas de uma mesma corda para criar laços”. A proposta da Interamérica é captar resíduos têxteis e monetizá-los. Os estudantes foram levados a pensar sobre o assunto e passar dos quatro erres – repensar, reduzir, reciclar e reutilizar – aos sete erres – repensar, reduzir, reciclar, reutilizar, recusar, reparar, reintegrar. “E acrescentamos um oitavo R muito importante: Real, a nossa moeda, para ensinar a importância de aprender a lidar com o dinheiro”. Como já é tradição na escola, com os recursos arrecadados são promovidas ações sociais.
Foi aí que a instituição de ensino pensou em uma prática inovadora e surgiu a proposta de transformar o descarte em renda. Os alunos foram sugestionados a pensar diferente. Sabendo do grave problema ambiental com o descarte de resíduos têxteis, eles foram incentivados a arrecadar roupas e tecidos. “Esses produtos passam por uma triagem e parte vai para doação. O que não serve mais é desconstruído para virar enchimento de mascotes e produtos criados pelos estudantes, que vão para o bazar solidário”, explica Ferdinand. A iniciativa, além de ensinar os alunos a importância dos cuidados que se deve ter com o ambiente, também amplia a visão social e emplaca ações solidárias necessárias em tempos difíceis.