No país, 5% da população é surda e no mundo, mais de 1,5 bilhão de pessoas têm algum grau de perda auditiva. O dia 3 de março, nos comemoramos o Dia Mundial da Audição e o Dia Nacional do Otorrinolaringologista.
No Brasil, cerca de 5% da população é surda, o que corresponde a cerca de 10 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Destas, 2,7 milhões não ouvem nada. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 2,5 bilhões de pessoas terão problemas auditivos em 2050. No mundo, mais de 1,5 bilhão de pessoas têm algum grau de perda auditiva. Destes, estima-se que 430 milhões tenham perda auditiva moderada ou grave no ouvido com melhor audição. O otorrinolaringologista desempenha um papel fundamental no diagnóstico e tratamento dessas condições auditivas.
Quase 2,5 bilhões de pessoas em todo o mundo ─ ou uma em cada quatro pessoas ─ viverão com algum grau de perda auditiva até 2050. O primeiro Relatório Mundial sobre a Audição da OMS alerta para isso. Pelo menos 700 milhões dessas pessoas precisarão de acesso a cuidados auditivos e outros serviços de reabilitação, a menos que tomemos medidas. Na Região das Américas, cerca de 217 milhões de pessoas vivem com perda auditiva, ou seja, 21,52% da população.
Ações e Investimentos Essenciais para a Saúde Auditiva
O relatório da OMS destaca a necessidade de intensificar rapidamente os esforços para prevenir e tratar a perda auditiva. Além disso, é fundamental investir e expandir o acesso a serviços de saúde auditiva. O investimento em cuidados auditivos tem se mostrado eficaz em termos de custos. De fato, a OMS calcula que os governos podem esperar um retorno de quase US$ 16 para cada US$ 1 investido.
Preocupada com a saúde auditiva no mundo, a OMS instituiu o Dia Mundial da Audição, comemorado no dia 3 de março. A data visa conscientizar a população sobre a importância da audição e promover ações para prevenir a perda auditiva. Além disso, busca melhorar os cuidados auditivos e incentivar a promoção da audição e cuidados auditivos em nível comunitário e nacional.
“Nossa capacidade de ouvir é preciosa. A perda auditiva não tratada pode ter um impacto devastador na capacidade das pessoas de se comunicarem, estudar e ganhar a vida. Também pode afetar a saúde mental das pessoas e sua capacidade de manter relacionamentos. A falta de audição pode prejudicar também a pessoa no trabalho, levando-a a aposentar-se por invalidez”, destaca a médica otorrinolaringologista Juliana Caixeta.
Desafios e Soluções no Tratamento da Perda Auditiva
Essa lesão pode ser bem significativa na idade adulta, principalmente entre os idosos, uma vez que pode levar à demência se não detectada. Entretanto, a médica alerta que na maioria das vezes, é possível reverter o estado de surdez com tratamento e até cirurgias ou o uso de aparelhos de audição.
Os deficientes auditivos enfrentam problemas, mesmo sendo protegidos pela Constituição Federal, que define que são proibidos atos de discriminação à pessoa humana. O Estatuto do Deficiente, em seu artigo 4°, informa que “toda pessoa com deficiência tem direito a igualdade de oportunidade com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação”.
Fatores, Desafios e Soluções para a Perda Auditiva
Juliana Caixeta destaca que apesar da garantia legal, os deficientes auditivos totais ou parciais enfrentam dificuldades no seu dia a dia e no mercado de trabalho. “A situação da deficiência auditiva é ainda mais desafiadora por se tratar de uma deficiência invisível. Sempre que se fala em pessoa com deficiência nos vem à mente um deficiente físico. Porém, as vagas são liberadas para todos os deficientes”
Vários fatores podem levar à perda auditiva. “Desde o problema congênito, crianças que nascem com perda total de audição, e, durante a vida, nós vamos adquirindo doenças: são viroses, outras doenças infecciosas do ouvido e também doenças autoimunes, hoje em dia muito comuns e, no final da vida, tem a surdez do idoso, a chamada presbiacusia, após os 60 anos de idade, aproximadamente”, explica a médica otorrinolaringologista. Os ruídos ambientais também são um fator que causa bastante perda de audição no mundo.
Na maioria das vezes, é possível reverter o estado de surdez com tratamento e até cirurgias ou o uso de aparelhos de audição. Vale lembrar que todo brasileiro tem direito ao tratamento auditivo. O Brasil tem uma legislação avançada nessa área, permitindo que todo o brasileiro tenha direito ao aparelho de audição gratuitamente por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) e também a algumas cirurgias complexas, como implantes cocleares.
Dia Nacional do Otorrinolaringologista
No mesmo dia em que se celebra o Dia Mundial da Audição, em 3 de março, também é comemorado no Brasil o Dia Nacional do Otorrinolaringologista. Essa data, que foi instituída em 2016 por meio do Projeto de Lei 3727/2015, tem como objetivo reforçar a importância dessa especialidade médica, principalmente no que se refere ao cuidado da saúde auditiva e das vias aéreas superiores.
Além disso, o otorrinolaringologista é o médico especialista responsável por cuidar dos ouvidos, nariz, garganta e seios da face. Ele trata de infecções e inflamações, além de cuidar da audição, fala, olfato, respiração e equilíbrio. Entre as principais doenças do ouvido, destacam-se, por exemplo: otites, labirintite, zumbido, doença de Ménière, colesteatoma, síndrome de Usher, otosclerose e neuroma do acústico.
Esse especialista trata pequenos incômodos nas vias auditivas e respiratórias de situações de urgência médica especializada como nariz quebrado, sangramentos na face ou objetos inseridos na garganta, ouvido ou nariz; e realiza cirurgias plásticas, como rinoplastia e otoplastia
