O hospital utilizará uma nova IA no centro cirúrgico para auxiliar os médicos na higienização das mãos antes das cirurgias. Iniciativa visa contribuir para a prevenção e redução de infecções em casos cirúrgicos
O Centro de Inovação do Hospital Israelita Albert Einstein em Goiânia é responsável por desenvolver e implantar novas tecnologias voltadas à área da saúde. Por isso, a unidade acaba de implementar o uso de inteligência artificial para avaliar, de forma precisa e eficiente, a correta higienização das mãos. Nesse sentido, a tecnologia é aplicada no centro cirúrgico para monitorar os profissionais da saúde durante o procedimento. Para isso, o sistema utiliza processamento de imagens e vídeos integrados a um sistema de alerta. Dessa forma, a iniciativa não apenas aprimora a segurança hospitalar, mas também fortalece a prevenção e a redução dos casos de infecções. Além disso, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, essas infecções estão entre as principais causas de morte no mundo entre pacientes hospitalizados.
Além disso, o papel da IA é identificar automaticamente os movimentos e fornecer feedback em tempo real. Assim, os profissionais conseguem executar o processo de higienização corretamente, sem pular etapas e respeitando o tempo necessário.
“Nossa IA utiliza essas câmeras para captar os movimentos das mãos, e os algoritmos oferecem feedback sobre a movimentação e o tempo da higienização. O sistema atingiu uma precisão superior a 95%, o que é um resultado excepcional, considerando a complexidade do projeto. Além disso, o modelo lida bem com variáveis, como diferentes estilos gestuais, tamanhos de mãos, tonalidades de pele, entre outros fatores”, afirma o coordenador de inovação do Einstein Goiânia, Douglas Almeida.
O coordenador explica que a empresa SDC Technology, especializada em soluções computacionais para necessidades singulares, tem atuado de forma consistente na vertical de saúde. E, por meio de uma parceria com o Centro de Inovação do Einstein, busca soluções para enfrentar desafios na área.
Um dos temas desenvolvidos foi o controle automatizado e monitorado da higienização das mãos em centros cirúrgicos. A SDC, que já trabalha com Câmeras de Profundidade Intel® RealSense™ e Mini PC tecnologia Intel®, trouxe a oportunidade de integrar essa tecnologia à visão computacional para ajudar na orientação e instrução, no sentido de mitigar os riscos de contaminação.

Desenvolvimento
Para este projeto, o Centro de Inovação conta com uma equipe de seis pessoas do time Einstein, sendo cinco desenvolvedores com diferentes especialidades e uma profissional da área de assistência, responsável pelo controle de infecção. A coleta de dados de movimentos para o desenvolvimento da IA durou quatro meses. Após a conclusão do modelo, a equipe o testou por dois meses em ambiente real, obtendo resultados extremamente satisfatórios, que superaram até mesmo modelos de empresas internacionais.
O projeto foi dividido em duas etapas principais.
“Na primeira fase, focamos no desenvolvimento da inteligência artificial (IA) e em uma funcionalidade simples de tela. Essa etapa durou 14 meses e foi concluída em agosto deste ano, permitindo que o sistema fosse implementado na unidade. Agora, estamos entrando na segunda fase, na qual serão desenvolvidos dashboards específicos, relatórios, controle de acessos, e toda a usabilidade necessária para o produto ser liberado para o mercado”, comenta Douglas.
Para o diretor executivo de Inovação do Einstein, Rodrigo Demarch, o Centro de Inovação de Goiânia, inaugurado em 2023, reforça o compromisso da organização em desenvolver tecnologias, com foco no potencial da região, que possui essa capacidade técnica em inovação em saúde.
“Um dos pilares do Einstein é a inovação. Por meio dela, muitos serviços estão sendo desenvolvidos e aplicados dentro e fora da organização. O nosso compromisso é o de desenvolver produtos e serviços inovadores que contribuam para o objetivo quíntuplo de melhorar a experiência do cuidado, ampliar o alcance das ações para a população, reduzir custos e desperdícios, cuidar do trabalhador de saúde e garantir a equidade em saúde”.
