Para além dos cuidados com o corpo e a mente, sempre em voga, tratar a sexualidade com conhecimento e sem tabus, é fundamental para perceber o sexo como natural e necessário

Se antes, quando o assunto era melhorar o sexo, as pessoas imaginavam sempre um vibrador tradicional, filmes adultos e lubrificantes com sabores, hoje essa percepção cada vez mais se modifica. Isso, graças ao empenho do movimento de bem-estar íntimo. Ou seja, uma forma sistêmica de ver a sexualidade como parte fundamental da saúde física, mental e do relacionamento a partir do autoconhecimento. O objetivo é entender o prazer sexual como algo natural, que faz parte da natureza humana, capaz de melhorar e influenciar o cotidiano sem o peso da sensação de culpa, como se fosse algo errado.

Segundo a terapeuta de casais, sexóloga e sócia da marca de bem-estar íntimo Vibrio, Marcela Benati, ainda existe muito tabu e preconceito sobre o tema. Quatro em cada 10 brasileiros (40%) dizem estar insatisfeitos com sua vida sexual e amorosa. Os dados são do levantamento “Love Life Satisfaction”, do Instituto Ipsos, realizado em dezembro do ano passado. Porém, tem crescido as iniciativas que promovem conhecimento e informação, para que as pessoas passem a tratar o assunto de forma natural. De acordo com a Allied Market Research, trata-se de um mercado em ascensão que deve ser avaliado em 108 bilhões de dólares até 2027.

Assim, a especialista pontua que cuidar do bem-estar íntimo vai muito além de “apimentar a relação” e dar atenção apenas ao ato sexual em si. Contempla todo o resultado de se estar sexualmente ativo e de todas as boas consequências, como a liberação de hormônios que influenciam no bom funcionamento físico e mental. A atividade também é capaz de regular o sono, criar mais vínculo entre os pares, além de proporcionar maior vitalidade e autoconfiança. “É algo que faz parte da vida, assim como comer, dormir e outras necessidades básicas do ser humano”, pondera.

Para se chegar ao bem-estar íntimo pleno, a informação de qualidade sobre sexualidade é o primeiro passo. Muitas vezes, o desconhecimento sobre o próprio corpo e sobre as práticas sexuais pode levar a inseguranças e tabus. Isso compromete a experiência erótica e o relacionamento como um todo. “Ao buscar informações sobre sexualidade, a mulher e o casal podem descobrir novas formas de explorar o próprio corpo e o corpo do outro, entender suas preferências e limitações, além de criar uma conexão emocional mais profunda durante as relações sexuais”, aconselha Marcela.

Com discrição e elegância

Unir informação qualificada, com um processo personalizado de atendimento e autoconhecimento, à comercialização de acessórios eróticos discretos, elegantes e exclusivos. Essa é a proposta da empresa goiana Vibrio, que vem revolucionando o mercado brasileiro. Pioneira em bem-estar íntimo no país e com faturamento de mais de R$ 3 milhões no primeiro ano de funcionamento, a marca é sucesso absoluto de vendas on-line. O start veio ao promover um rompimento de que sexualidade é algo atrelado à vulgaridade ou mesmo quebrando estereótipos de que acessórios que estimulem o prazer sexual são capazes substituir o parceiro. O objetivo é justamente ajudar a parcela da população que ainda possui travas e preconceitos a tratar o tema com naturalidade.

Isso passa pela produção de conteúdos voltados ao autoconhecimento sexual, que podem ser consumidos via blog, Instagram e canal no Youtube da marca. Ao lado de seis sócios, muitos influenciadores digitais, a empresária Marcela coordena os temas a serem trabalhados, com o objetivo de inspirar e empoderar os casais em sua jornada de descoberta erótica. “Queremos que todos se sintam encorajados a experimentar novas sensações, a descobrir seus corpos e a compartilhar sua sexualidade de forma plena e satisfatória”, avalia a sexóloga.

No dia 12 de maio, a marca abre sua loja física em Goiânia ao público, com ambiente elegante, discreto e atendimento personalizado. O formato, que é sucesso no online, tem a proposta de apresentar um novo conceito sobre prazer – tratado como algo natural, saudável e aberto a todos, até mesmo aos que têm dificuldade com o tema.

Em desconstrução
A desconstrução do tabu passa por observar as próprias crenças. O que vêm à cabeça quando se pensa na palavra sexo? Segundo a especialista, são eles que ditam a forma como cada um se sente a respeito do tema.  “Ao ter consciência desses automatismos é possível entender de onde eles vieram e assim ter mais autonomia sobre a forma como você quer se sentir sobre o assunto. Uma boa dica para começar isso é fazer uma lista desses pensamentos automáticos e depois buscar informações sobre o assunto, a fim de desmistificá-lo”, avalia Marcela.

Com autoconhecimento e naturalização, buscar acessórios é uma prática de bem-estar íntimo muito bem-vinda. “É importante entender que o uso de brinquedos e acessórios eróticos não está necessariamente relacionado à insatisfação com o parceiro ou a uma tentativa de substituí-lo. Pelo contrário, pode ser uma forma de adicionar variedade e novidade à vida sexual. É uma forma de promover a exploração e o autoconhecimento, o que pode, na verdade, fortalecer a intimidade e o vínculo emocional entre os parceiros”, destaca a terapeuta de casais e sexóloga.