Exposição na Galeria Herança Cultural reflete sobre a natureza

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Uma exposição que emerge como um ponto de confluência entre o humano e a natureza, reunindo artistas cujas trajetórias e inquietações dialogam profundamente com a compreensão simbiótica entre ambiente, memória e identidade. Nesse contexto, concebida paralelamente à SP-Arte 2025, na Galeria Herança Cultural, esta mostra apresenta um olhar atento ao diálogo interdisciplinar.

Por exemplo, Andreia Falqueto, na obra A Liturgia, transforma as narrativas cotidianas em paisagens enigmáticas, propondo uma leitura simbólica das relações humanas com seu entorno. Seu gesto pictórico é uma investigação sutil sobre o “estar-aí”, marcada pela sutileza antropológica em que realidade e imaginação coexistem, desafiando o espectador a repensar sua própria presença e memória.

Além disso, Antonio Miranda, artista-catador cujas esculturas nascem da matéria imprevisível das ruas, revela uma estética híbrida e precária. Onde fragmentos abandonados ressurgem combinados com delicadeza bruta, entre ready-mades e construções intuitivas. Miranda equilibra desconforto e encantamento, acumulando corpos mutantes que carregam tempos diversos. Sua arte celebra a liberdade criativa do caos, reinventando incessantemente o passado no gesto radical do presente.

Ademais, Armarinhos Teixeira, figura crucial na interseção entre arte e ciência, expande o território da Bioarte, evidenciando relações intrínsecas entre processos orgânicos e industriais. Ele apresenta a foto e o vídeo Recordário de Adão. Além disso, apresenta uma escultura biológica de energia viva instalada no Jardim Botânico de Rostock, em parceria com a Kunsthalle Rostock, Alemanha. Criada para ser o descendente da árvore numa transição pós-natureza, habitando o bioma desértico.

A Arte como Reflexão: Histórias, Memórias e Coexistência

A pintura de Gabaskallás é uma épica libertadora que enfrenta a virtualidade contemporânea com gestos amplos, cores vigorosas e uma conexão profunda com a história. Seu trabalho recupera as alegorias clássicas e as reinventa numa dimensão monumental, unindo tempos e culturas. Nestas telas, convivem a memória coletiva, a fisicalidade dos corpos e a intensidade emocional, afirmando a potência da arte como resistência diante dos medos atuais. Gabaskallás não pinta apenas imagens, mas uma épica necessária sobre o que fomos e o que poderemos ser.

Desde a infância, a obra de Artur Rios nasce da intimidade com a fauna do interior da Bahia, alimentada por um olhar atento ao animal selvagem, cujas imagens colecionava desde cedo. Nesse sentido, sua pintura traduz um inquietante exercício de alteridade e consciência ecológica, expondo a ambiguidade de nossa relação com o outro não-humano, invasor e invadido. Além disso, em suas composições, o animal e o corpo feminino entrelaçam-se à matéria primordial – terra, madeira, pelos – revelando uma simbiose erótica e ancestral que questiona a hegemonia do humano sobre o mundo natural.

Mario Vasconcelos apresenta uma poética híbrida onde mitos afro-brasileiros são revisitados em procedimentos escultóricos, cerâmicos, fotográficos e performáticos. Sua obra instalação Desabrochar do Âmago, promove diálogos entre ancestralidade e contemporaneidade, atravessado por questões históricas e sociais sutis, mas contundentes.

Na Galeria Herança Cultural, Reflexos Humanos, Ecos Naturais é uma exposição sobre coexistências e enfrentamentos, e também sobre corpos e territórios. Ela explora o contínuo e delicado diálogo entre o homem e a natureza.

Exposição na Galeria Herança Cultural reflete sobre a natureza
Exposição na Galeria Herança Cultural reflete sobre a natureza

Créditos das Fotos: Divulgação

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