Por Edna Gomes | Fotos Marco Antônio Veiga e Rimene Amaral
Assim como Belo Horizonte e Brasília, Goiânia é uma cidade projetada; nasceu nos anos 30. O autor do projeto inicial, Attilio Corrêa Lima, foi simultaneamente o Lúcio Costa e o Oscar Niemeyer do lugar, porque não se limitou ao urbanismo: desenhou também os prédios mais emblemáticos da cidade. Desta maneira, pôde juntar dois conceitos em voga na época: no urbanismo, a cidade-jardim; na arquitetura, o art-déco (diga: ardecô).
Infelizmente, a maior parte do acervo de arquitetura art-déco da cidade acabou desfigurada ou escondida sob letreiros e tapumes de lojas populares. Isso é de chorar!
Marco Antônio Veiga, empresário, pesquisador, colecionador de arte, jornalista, e conhecedor do Art Déco é um dos que conhecem bem o sentimento que o texto externaliza.
Em suas andanças pela Europa, e sua luta pelo acervo da cidade de Goiás, onde aprendeu a valorizar a memória e a educação patrimonial, os prédios desse estilo arquitetônico em Goiânia foram tornados patrimônio nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 2003. Ele diz que a cidade tem perdido dinheiro ao não investir no que é considerado, por muitos — inclusive por ele — como o segundo maior patrimônio art déco no mundo, atrás apenas da coleção de Miami, nos Estados Unidos.
Quem vem a Goiânia a trabalho talvez nem passe perto da zona art-déco. Existem, porém, alguns prédios que valem a pena ser vistos, num passeio que não toma mais do que uma manhã — e serve para revelar um pequeno tesouro que passaria despercebido pelo visitante.
Art Déco é um estilo artístico que surgiu na Europa nos anos 20 e influenciou as artes, moda, cinema, arquitetura, design de interiores, entre outras áreas. Entre as suas características estão o uso de formas geométricas, ornamentos e design abstrato. O Art Déco na arquitetura teve seu ápice com a construção de projetos em Goiânia. Todo movimento artístico tem um marco, não é mesmo? No caso do Art Déco, esse acontecimento foi a Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas, realizada em Paris em 1925. Foi daí que veio o termo Art Déco.
O Teatro Goiânia, foi o edifício Art Déco de referência concluído em Goiânia, O Palácio das Esmeraldas, Art Déco: Estação Ferroviária no centro da cidade, Museu Pedro Ludovico e outros. Sem dúvida, o Art Déco representou uma grande evolução na arquitetura na cidade.
Juntamente com a proteção da art déco, Goiânia precisa abrir uma frente ampla de preservação histórica. É um absurdo o descaso dos governantes.
A Art déco em Goiânia é uma das principais características do estilo arquitetônico que deu vida à cidade?
O auge do Art Déco no Brasil foi exatamente em 1922, durante a Semana de Arte Moderna, e conquistou o interior do país, exatamente quando Goiânia estava sendo projetada e a influência nasceu aí, foi fundamental sim, porque representava o que havia de mais moderno naquela época. Seus traços são inconfundíveis, é muito triste saber que muitos governantes têm o desconhecimento da arte arquitetônica e também os proprietários dos imóveis que não valorizam o Patrimônio Histórico Mundial que possuem.
Assim como Belo Horizonte e Brasília, Goiânia é uma cidade projetada; nasceu nos anos 30. O autor do projeto inicial, Attilio Corrêa Lima, foi simultaneamente o Lúcio Costa e o Oscar Niemeyer do lugar, porque não se limitou ao urbanismo: desenhou também os prédios mais emblemáticos da cidade. Desta maneira, pôde juntar dois conceitos em voga na época: no urbanismo, a cidade-jardim; na arquitetura, o art-déco (diga: ardecô). Infelizmente, a maior parte do acervo de arquitetura art-déco da cidade acabou desfigurada ou escondida sob letreiros e tapumes de lojas populares. Isso é de chorar!
Marco Antônio Veiga, empresário, pesquisador, colecionador de arte, jornalista, e conhecedor do Art Déco é um dos que conhecem bem o sentimento que o texto externaliza.
Em suas andanças pela Europa, e sua luta pelo acervo da cidade de Goiás, onde aprendeu a valorizar a memória e a educação patrimonial, os prédios desse estilo arquitetônico em Goiânia foram tornados patrimônio nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 2003. Ele diz que a cidade tem perdido dinheiro ao não investir no que é considerado, por muitos — inclusive por ele — como o segundo maior patrimônio art déco no mundo, atrás apenas da coleção de Miami, nos Estados Unidos.
Quem vem a Goiânia a trabalho talvez nem passe perto da zona art-déco. Existem, porém, alguns prédios que valem a pena ser vistos, num passeio que não toma mais do que uma manhã — e serve para revelar um pequeno tesouro que passaria despercebido pelo visitante.
Art Déco é um estilo artístico que surgiu na Europa nos anos 20 e influenciou as artes, moda, cinema, arquitetura, design de interiores, entre outras áreas. Entre as suas características estão o uso de formas geométricas, ornamentos e design abstrato. O Art Déco na arquitetura teve seu ápice com a construção de projetos em Goiânia.Todo movimento artístico tem um marco, não é mesmo? No caso do Art Déco, esse acontecimento foi a Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas, realizada em Paris em 1925. Foi daí que veio o termo Art Déco.
O Teatro Goiânia, foi o edifício Art Déco de referência concluído em Goiânia, O Palácio das Esmeraldas, Art Déco: Estação Ferroviária no centro da cidade, Museu Pedro Ludovico e outros. Sem dúvida, o Art Déco representou uma grande evolução na arquitetura na cidade.
Juntamente com a proteção da art déco, Goiânia precisa abrir uma frente ampla de preservação histórica. É um absurdo o descaso dos governantes.
Stile – A Art déco em Goiânia é uma das principais características do estilo arquitetônico que deu vida à cidade?
Marco – O auge do Art Déco no Brasil foi exatamente em 1922, durante a Semana de Arte Moderna, e conquistou o interior do país, exatamente quando Goiânia estava sendo projetada e a influência nasceu aí, foi fundamental sim, porque representava o que havia de mais moderno naquela época. Seus traços são inconfundíveis, é muito triste saber que muitos governantes têm o desconhecimento da arte arquitetônica e também os proprietários dos imóveis que não valorizam o Patrimônio Histórico Mundial que possuem.
Stile – Em consideração as Américas, integramos a segunda cidade mais importante a carregar consigo o estilo Art déco arquitetônico?
Marco – A minha luta é revitalizar o Centro Histórico de Goiânia para que tenha um atrativo a mais para o Turismo de Negócios, e isso inclui a recuperação e revitalização do conjunto Art Déco da nossa capital, existe uma preocupação maior que é a inoperância dos gestores dos órgãos de fiscalização que assistem as demolições de braços cruzados. Sem uma reação sequer. É muito triste!
Stile – Marco, nós temos um patrimônio Art déco riquíssimo, que poderia ser fonte de renda para a cidade por meio do turismo?
Marco – O abandono de imóveis históricos no Centro de Goiânia é a prova da falta de conscientização das pessoas que ao invés de preservar a história,acabam demolindo e apagando-as na solidão das noites. É fácil constatar: no entorno da Praça Cívica, que ao retirar a movimentação dos carros, vários prédios viraram estacionamentos, no entorno da Catedral, nas ruas estreitas do centro e o próprio Lyceu de Goiânia ( que está em plena decadência) assim como o prédio do Grande Hotel e tantos outros cobertos por gigantescos painéis, escondendo uma riqueza incalculável. Somos o 2º maior Conjunto Art Déco do mundo, que tem a maior poluição visual com painéis de lona, plástico e metal, vistos igualmente nas cidades mais pobres do Estado de Goiás. Lamento muito!
Stile – Embora façam parte de nosso patrimônio histórico e cultural, é lamentável perceber que, atualmente, muitos se encontram em estado de abandono e sofrem com atos de vandalismo. Mesmo assim, seu valor continua incalculável?
Marco – O arquiteto e engenheiro italiano, Attilio Corrêa Lima foi o 1º arquiteto urbanista, paisagista a se formar em Paris, e de lá ele trouxe tudo que havia de mais moderno e atual, ele tinha visão de europeu, ele elaborou um projeto urbanístico bem definido, e os prédios criados por ele foram nitidamente apresentados o melhor do estilo Art Déco não perdendo em nada para a Av. Ocean Drive de Miami. É uma pena que as futuras gerações não conheceram parte da arquitetura goiana, uma das principais do Mundo. Espero que as autoridades tenha sensibilidade para a nossa arte arquitetônica.
Stile – Em consideração as Américas, integramos a segunda cidade mais importante a carregar consigo o estilo Art déco arquitetônico?
Marco – A minha luta é revitalizar o Centro Histórico de Goiânia para que tenha um atrativo a mais para o Turismo de Negócios, e isso inclui a recuperação e revitalização do conjunto Art Déco da nossa capital, existe uma preocupação maior que é a inoperância dos gestores dos órgãos de fiscalização que assistem as demolições de braços cruzados. Sem uma reação sequer. É muito triste!
Stile – Marco, nós temos um patrimônio Art déco riquíssimo, que poderia ser fonte de renda para a cidade por meio do turismo?
Marco – O abandono de imóveis históricos no Centro de Goiânia é a prova da falta de conscientização das pessoas que ao invés de preservar a história,acabam demolindo e apagando-as na solidão das noites. É fácil constatar: no entorno da Praça Cívica, que ao retirar a movimentação dos carros, vários prédios viraram estacionamentos, no entorno da Catedral, nas ruas estreitas do centro e o próprio Lyceu de Goiânia ( que está em plena decadência) assim como o prédio do Grande Hotel e tantos outros cobertos por gigantescos painéis, escondendo uma riqueza incalculável. Somos o 2º maior Conjunto Art Déco do mundo, que tem a maior poluição visual com painéis de lona, plástico e metal, vistos igualmente nas cidades mais pobres do Estado de Goiás. Lamento muito!
Stile– Embora façam parte de nosso patrimônio histórico e cultural, é lamentável perceber que, atualmente, muitos se encontram em estado de abandono e sofrem com atos de vandalismo. Mesmo assim, seu valor continua incalculável?
Marco– O arquiteto e engenheiro italiano, Attilio Corrêa Lima foi o 1º arquiteto urbanista, paisagista a se formar em Paris, e de lá ele trouxe tudo que havia de mais moderno e atual, ele tinha visão de europeu, ele elaborou um projeto urbanístico bem definido, e os prédios criados por ele foram nitidamente apresentados o melhor do estilo Art Déco não perdendo em nada para a Av. Ocean Drive de Miami. É uma pena que as futuras gerações não conheceram parte da arquitetura goiana, uma das principais do Mundo. Espero que as autoridades tenha sensibilidade para a nossa arte arquitetônica.