Artista plástico Rodrigo Flávio realiza a exposição “Impulsos ao Insólito” na Vila Cultural Cora Coralina, de 20 de setembro a 15 de outubro.
Impulsos ao Insólito é a nova mostra individual do artista Rodrigo Flávio, composta por 30 pinturas, 20 objetivos e 30 gravuras. A mostra traz à tona o resultado das perambulações de Rodrigo Flávio no Parque Macambira Anicuns, onde o artista encontrou vestígios de oferendas, objetos religiosos e ícones de culto. O resultado são obras que se debruçam poeticamente com seu olhar.
Nessa experiência, o artista investigou a acumulação por meio da pintura e da especulação tridimensional, explorando as conexões entre espaço, forma e a transformação da matéria. As incursões por outras linguagens são frequentes no processo do pintor, no pensamento que ele acolhe no compasso saturado de um espaço, também, em transfiguração.
Para Adriano Braga, curador da mostra ao lado de Gilmar Camilo, “nesse exercício que resulta de um centro conceitual simbólico, em constante movimento, Rodrigo Flávio busca o que resta de si mesmo, um resíduo, um transbordamento de sentidos, uma multiplicação simbólica e metafórica.”
Ele segue: “Sua pintura se dá por uma economia do excesso barroco, que nos leva a um lugar sem nome, na deriva do objeto, quando a linguagem já não é mais suficiente para descrever os sentidos. Esse excesso e excrescência transitam pelo plano do mistério, originados de uma metafísica que começa na mistura e se decanta, impulsionada pelo gesto poético que oscila entre o sagrado e o profano, a eternidade e o instante.
Os objetos-pretexto da criação são signos de acumulação e circularidade, em uma tensão entre o concreto e o abstrato, entre a clareza e a opacidade de um referencial perdido. Isso nos remete a algo já dito, mas que nos transporta para um início anterior ao início por nós ,agora, desconhecido. Há uma estrutura de eco da poesia barroca, rumo ao indeterminado, um avanço em direção ao “fora do sentido”. Permanecer subterrâneo. O inaparente é uma possibilidade para a depuração.”
Impulsos do insólito, essa tensão de uma metafísica que tudo une, começa com o pensamento sobre o material “impuro” do qual somos feitos. A exposição tem curadoria de Adriano Braga e Gilmar Camilo, produção de Milla Faria e design de Maurício Mota. A abertura para o público será no dia 20 de setembro.