Tradicional destino do Sul de Minas Gerais, Monte Verde tem a natureza exuberante entre as suas qualidades e possui características altamente propícias para os amantes do ecoturismo. E, nos últimos anos, o distrito se tornou destino certo para a prática de mountain bike. Com diversas opções de trilhas e de passeios guiados, o vilarejo faz parte do Circuito Serras Verdes de Cicloturismo, criado para conectar, por meio do pedal, 20 municípios da Serra da Mantiqueira em percursos com belíssimas serras, campos, vales e matas.
O fato é exaltado por Rebecca Wagner, presidente da MOVE (Agência de Desenvolvimento de Monte Verde e Região), que enaltece a importância desses passeios para a comunidade, com trajetos que podem ser realizados no asfalto e na terra. “Para quem busca a natureza, estamos com alguns roteiros que foram lançados pelo Circuito Serra Verdes, do qual o município faz parte. Temos visto que Monte Verde tem sido buscado muito por esse público por ter várias trilhas. Mesmo as estradas que cortam a região têm uma natureza muito bonita, com várias paradas interessantes, vários locais para conhecer. Então, o público de bike também é muito bem-vindo e tem ficado muito feliz com o que proporcionamos por aqui”, enfatiza Rebecca Wagner.
O distrito faz parte da denominada “Rota Verde, o Esplendor das Matas” deste circuito de cicloturismo, que, em seis dias de pedal, passa por Córrego do Bom Jesus, Gonçalves, Sapucaí-Mirim, Extrema e Camanducaia. Monte Verde é o ponto final da terceira etapa do trajeto e onde os ciclistas aproveitam para fazer uma parada e curtir as lojas e restaurantes.
Em cada localidade, os inscritos recebem um carimbo como comprovação de que estão traçando o itinerário determinado E, ao finalizarem uma rota completa, os ciclistas recebem um certificado, que é enviado por e-mail pela organização do Circuito Serras Verdes.
Condições favoráveis para o esporte
Eleito o destino mais acolhedor do Brasil pelos usuários da plataforma Booking.com e famoso também pela sua culinária requintada e história cultural, Monte Verde se tornou um celeiro de campeões de mountain bike. Entre eles está Siliano de Souza, que é patrocinado pela MOVE e hoje lidera o ranking da categoria Elite da Liga Brasileira de Downhill, uma modalidade desse esporte.
Além de competir e treinar, o ciclista de 30 anos trabalha como pedreiro e como guia de passeios guiados de bike no distrito de Camanducaia nos finais de semana, e ele recomenda os rolês nas trilhas e até no asfalto na região do município. “O crescimento do mountain bike foi bom, e as montanhas daqui são muito boas para essa prática, tanto para quem quer dar um rolezinho quanto para quem gosta de competir. Monte Verde já foi palco de várias corridas de downhill e tem bons caminhos para fazer cicloturismo. O mesmo circuito que é feito de jipe dá para fazer de bike. No total dá para rodar cerca de 30 km”, conta.
O ciclista brilha no cenário do downhill brasileiro, mesmo competindo com uma bike modesta e pequena para os padrões do esporte de alto rendimento, ainda com rodas aro 26, enquanto a maioria dos seus concorrentes possui equipamentos maiores, mais caros e sofisticados, com rodas aro 27,5 ou 29. E ele só está conseguindo se manter competindo pelo apoio que recebe da MOVE.
“Antes, eu trabalhava um mês para poder competir no outro. Eu trabalhava de servente e passei para pedreiro, mas só com isso não dá para manter a bike e continuar participando das corridas. O pessoal da MOVE me procurou em uma época em que eu estava desanimado e queria participar do Campeonato Pan-Americano, que foi realizado no Brasil. Eu consegui fazer a inscrição com o apoio da MOVE. Fui nessa competição e depois participei do Campeonato Brasileiro, no qual ainda terminei entre os 20 melhores”, destaca Siliano.
Cinco vezes campeão brasileiro de mountain bike, o ex-atleta Joselito Damião é considerado um dos expoentes do mountain bike em Monte Verde e também trabalha como guia de passeios. Ao falar sobre a localidade, ele destaca as condições favoráveis do distrito para os rolês de bicicleta. “É o paraíso da bike: tem altitude, é bom para treinos e trilhas. Aqui, a gente tem várias opções, principalmente de ciclomontanhismo, pois a gente está no pé da serra e podendo praticar um monte de esportes radicais com condução humana. É o paraíso”.