O que pode e não se pode fazer no Oriente Médio

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A consultora de imagem Maris Tavares passou por alguns países dos Emirados Árabes dias antes da Copa do Mundo e lista as diferenças culturais que encontrou por lá

A Copa do Mundo tem sempre essa característica de disseminar novas culturas para o mundo. O Catar traz o conservadorismo do Oriente Médio, as diferenças de tratamento para homens e mulheres e uma série de regras que até mesmo os turistas que vão para o mundial, devem seguir. A consultora de imagens Maris Tavares, fez uma passagem por alguns lugares dos Emirados Árabes dias antes da abertura dos jogos, e listou as maiores diferenças com o Brasil.  

A viagem contemplou cidades como Abu Dhabi, onde até mesmo a gabaritada profissional de moda foi pega literalmente de calças curtas. Ela foi barrada ao visitar uma mesquita porque a calça jogger que usava deixava aparecer o tornozelo. “Até mesmo outras mulheres que estavam com vestidos mais longos tiveram que comprar novas roupas para conseguir terminar o passeio”, conta Maris, ao relembrar o deslize. De acordo com ela, mesmo prestando sempre muita atenção nos detalhes, esse acabou passando despercebido naquele dia.

Mesmo com clima quente, até mais que no Brasil, as roupas usadas tanto por homens quanto por mulheres, são extremamente comportadas. Isso porque os costumes são pautados pela religião muçulmana, que é altamente conservadora.  “E não importa se está calor, as regras de vestimenta são muito sérias por lá. Mulheres precisam estar cobertas da cabeça aos pés e homens também não podem andar por aí de shorts ou ficar sem camisa”, detalha Maris.

A consultora alerta para os cuidados ao preparar a mala, e também para deixar espaço para comprar itens no destino. “Aqui se usa muito linho e algodão que são tecidos leves, além dos lenços de seda. As brasileiras que estão acostumadas com roupas justas devem esquecer essas peças em casa, assim como as transparências”.  

Comportamento
Para Maris, uma das mais espantosas diferenças de comportamento entre oriente e ocidente é a forma como eles lidam com o consumo de álcool. “Enquanto aqui se bebe para socializar, lá é proibido beber em público em qualquer época do ano. Durante a Copa, especificamente no Catar, existem locais credenciados pelo Governo e pela Fifa para vender cerveja e mesmo assim existem regras para o consumo, como não brindar e nem ser pego bêbado, podendo gerar até 7 anos de prisão”.  

A demonstração de carinho em público também é condenada pela justiça local que considera ato obsceno, enquanto relações homossexuais é crime, até mesmo o beijo na mão pode levar à prisão. Quanto às celebrações, Maris conta que com a chegada da Copa, todo o Oriente Médio estava cheio de turistas e ao contrário daqui, os brasileiros lá precisam conter a euforia.”Não tem essa de dancinha em público, algazarras, cantorias em mesas, torcidas pelas ruas, pois são comportamentos considerados imorais diante dos fundamentos do islamismo”. A consultora explica que o mais interessante é que não existe um policiamento ostensivo visível, porque 70% desses profissionais atuam à paisana e apenas 30% estão uniformizados. “Isso os deixam vigilantes, sem causar tumulto”, detalha.  

Outro ponto destacado por Maris, diz respeito aos órgãos públicos. Mesmo sendo sediado por prédios com arquitetura que desperta os desejos de registros dos turistas, é proibido fotografá-los. “Certamente é uma questão de segurança nacional. Então, é bom ter boa memória”, brinca, ao lembrar que vale a pena a viagem ao Oriente Médio para conhecer culturas tão diferentes. “O mais rico de uma viagem como essa é a possibilidade de entender o comportamento de novos povos e saber respeita-los”.

Fotos: acervo pessoal 

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