Para além da estética e do peso, a obesidade abre espaço para outras doenças crônicas como hipertensão, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares
A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo de gordura no corpo. Um dos maiores problemas de saúde pública no mundo na atualidade, a obesidade é a “porta de entrada” para o desenvolvimento de outras Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) como hipertensão arterial, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e certos tipos de cânceres.
Professora de Nutrição da Estácio, Arissa Felipe Borges, cita uma publicação recentemente divulgada pela revista The Lancet. A publicação traz uma nova perspectiva envolvendo a obesidade. Conforme o estudo, as causas da obesidade advêm de múltiplos fatores, mas propõe dois subtipos de obesidade: a pré́-clínica e a clínica. “A obesidade pré́-clínica é o excesso de adiposidade, mas com as funções dos órgãos preservadas, podendo levar ao desenvolvimento de doenças não transmissíveis, como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares” afirma.
Por sua vez, comenta Arissa, a obesidade clínica é uma doença crônica e sistêmica que se caracteriza por alteração da função de tecidos e órgãos como um todo, combinadas com excesso de adiposidade. “Isso pode causar diversos danos aos órgãos, levando a complicações que podem ser fatais”, alerta.
Números que assustam
A Organização Mundial de Saúde (OMS) é taxativa ao afirmar que a obesidade é um dos mais graves problemas de saúde globais. De acordo com estimativas, em 2025, aproximadamente 2,3 bilhões de adultos estarão acima do peso. Além disso, desses indivíduos, estima-se que 700 milhões terão obesidade (índice de massa corporal – IMC acima de 30).
No Brasil, o desafio é reduzir a obesidade entre crianças e adolescentes e deter seu crescimento entre adultos. A situação é grave: em 2023, de acordo com os dados do Ministério da Saúde, o índice de adultos com obesidade foi de 24,3% nas 27 cidades analisadas. O excesso de peso foi de 55,4%, sendo 57,1% entre os homens e 53,9% entre mulheres. Os dados são da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel).
Em relação à obesidade infantil, 12,9% das crianças brasileiras entre 5 e 9 anos de idade têm obesidade, assim como 7% dos adolescentes de 12 a 17 anos. As informações são do Ministério da Saúde e a Organização Panamericana da Saúde.
O Dia Mundial da Obesidade é uma oportunidade para promover hábitos saudáveis, alimentação adequada e a prática de atividade física. Um convite para enfrentar o desafio do combate a essa doença que afeta milhões de pessoas. Confira o Mapa da Obesidade.

